O formato Shapefile é um arquivo vetorial que foi desenvolvido pela ESRI – Environmental Systems Research Institute. Apesar de ser um formato proprietário, dificilmente iremos encontrar um software SIG que não o leia, já que ele é um arquivo aberto para a manipulação e criação. Atualmente ele ainda é o formato de arquivo vetorial mais usado pelos usuários de aplicativos SIG.
O shapefile foi desenvolvido para o armazenamento das informações referentes à forma, posição e atributos de um dado geográfico. As geometrias que podem ser armazenadas são o ponto, linha e polígono, sendo que cada uma corresponderá a um shapefile.
Outra característica é que ele é formado por múltiplos arquivos, possuindo três extensões básicas sem as quais se torna inviável a sua utilização, sendo elas:
– Extensão .shp responsável por armazenar a informação da geometria seja ela ponto, linha ou polígono;
– Extensão .dbf responsável por armazenar os dados alfanuméricos (tabela de atributos);
– Extensão .shx que é o índice espacial que vincula o .shp e o .dbf.
Apesar de armazenar a informação do Sistema de Referência a extensão .prj não é obrigatória para o carregamento do shapefile. Contudo, sem esta informação alguns processamentos em ambientes GIS se tornam inviáveis.
O formato shapefile apresenta também algumas outras características que podem impor algumas limitações à sua utilização, como o fato de:
- Ser um formato de arquivo monousuário, ou seja, só pode ser editado por um único usuário por vez, o que dificulta a sua utilização em trabalhos simultâneos por diversas equipes;
- O nome das colunas de sua tabela de atributos não pode exceder a quantidade de 10 caracteres;
- Apenas 255 atributos. O arquivo DBF não permite armazenar mais de 255 campos de atributos.
- Os tipos de dados são limitados a float, integer, date e text com um máximo de 254 caracteres. Não há suporte para campos de dados mais avançados, como blobs, imagens ou matrizes.
- Não há como especificar o conjunto de caracteres usado no banco de dados. Muitos aplicativos estão usando as antigas codificações de dados Windows – * ou ISO – *, enquanto hoje estamos tendendo a usar o UTF-8. Ainda não há como especificar isso no cabeçalho do arquivo. O suporte para caracteres Unicode também é muito limitado.
- Está limitado a 2 GB de tamanho de arquivo.
- Não há como descrever as relações topológicas no formato.
- As estruturas de dados mais complicadas são impossíveis de salvar.
- Só permite relacionamentos 1 para 1. Caso seja necessário a utilização de relacionamentos 1 para n ou n para 1 o recomendável é a utilização de um Banco de Dados Espacial.
Em casos de usos mais complexos com um maior volume de dados ou tipos de dados fora do especificado anteriormente, será necessário o uso de outras soluções e formatos, como por exemplo o formato GeoPackage, ou ainda, a utilização de um Banco de Dados como o PstgreSQL através de sua extensão espacial PostGIS, por exemplo.
De uma maneira geral, para usos e armazenamentos de dados mais simples o shapefile atende bem sendo ainda o formato vetorial mais utilizado!