O Sistemas de Informação Geográfica (SIG) se difundiu muito nas ultimas décadas e suas aplicações se expandiram em diversas área do conhecimento, tendo sua utilização tanto por empresas comerciais como também por instituições governamentais no auxílio à tomada de decisões, contribuindo de maneira determinante no planejamento e gestão do território urbano e rural nos municípios, estados e países. Mas… você sabe o que é um SIG e como ele surgiu?
Podemos entender um SIG como sendo “um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e manipular dados georreferenciados” (Aronoff, 1989 apud INPE, 1991), ou ainda como um:
“sistema que realiza o tratamento computacional de dados geográficos e recuperam informações não apenas com base em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial; oferecem ao administrador (urbanista, planejador, engenheiro) uma visão inédita de seu ambiente de trabalho, em que todas as informações disponíveis sobre um determinado assunto estão ao seu alcance, interrelacionadas com base no que lhes é fundamentalmente comum – a localização geográfica” (CÂMARA e FREITAS, 1995).
Contudo, até chegarmos nessas e outras definições, o SIG percorreu um longo caminho.
O termo SIG, ou do inglês GIS (Geographic Information System), surge na década de 1960 nos Estados Unidos através de grupos acadêmicos que se formaram para o desenvolvimento de programas voltados aos sistemas de informação, onde foram desenvolvidas algumas aplicações específicas para a área de transportes através de um grupo pioneiro formado na universidade de Washington.
À partir desse pioneirismo a concepção de SIG começou a ser difundida o que influenciou a criação de outros grupos de pesquisa, onde podemos destacar o Harvard’s Laboratory Computer and Spatial Analysis e o laboratório de SIG de Buffalo da State University of New York. Neste contexto era proposto pela geografia uma forma de analisar de maneira integrada as características naturais e sociais fundamentada na teoria dos sistemas, o que foi denominada pelos geógrafos russos de “Geossistema”.
Em 1964, no Canadá, tivemos a aprovação por parte do Departamento de Agricultura do Governo Canadense do projeto de desenvolvimento do sistema CGIS (Canadian Geographic Information System) que tinha como objetivo a criação de um SIG para minimizar os impactos ambientais subsidiando o planejamento rural no Canadá através da criação de um inventário dos seus recursos naturais e também o cruzamento destes dados com mapas de diferentes outros temas. Este sistema é historicamente considerado o primeiro SIG desenvolvido.
Já na década de 1970 com o desenvolvimento de novos recursos de hardware foi possível o desenvolvimento, de forma comercial, de sistemas de informação onde tivemos a difusão da expressão Geographic Information System (GIS) ou, em português, o nosso Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Com isso novos fundamentos matemáticos foram impulsionados por conta do desenvolvimento do estudo para adaptação à cartografia computacional onde tivemos o surgimentos de empresas de desenvolvimento de aplicativos que eram baseados em SIG, como por exemplo a própria ESRI, que viria a se tornar mundialmente conhecida pelo o desenvolvimento e comercialização do software ArcGIS.
Segundo Ferreira (2008), a década de 1980 é marcada pela saída do SIG, de maneira mais forte, dos muros das academias e tendo um grande salto para a sua popularização na década de 1990 onde tivemos, de forma mais consolidada, o uso do SIG como uma importante ferramenta no apoio à tomada de decisão, tanto em organizações comerciais como em instituições governamentais em diversos níveis. Ainda segundo Ferreira (2008), tivemos um processo de massificação dos SIG’s por conta do engajamento de grandes empresas de Tecnologia da Informação (TI) no desenvolvimento de diversas aplicações, tendo como principais exemplos a Google com o desenvolvimento de ferramentas como Google Maps e o Google Earth.
Esse foi um breve e rápido histórico do processo e surgimento do SIG. Para maiores informações, veja abaixo algumas das referências utilizadas.
REFERÊNCIAS
CÂMARA, Gilberto, MONTEIRO, Antônio Miguel, MEDEIROS, José Simeao de (ed). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos, INPE, 2004. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/>
CÂMARA, Gilberto. FREITAS, Ubirajara M. Perspectivas em Sistemas de Informação Geográfica. INPE – DPI, 1995
FERREIRA, Marcos César. MATIAS, Lindon F. BOLFE, Édson L. Sistemas de Informação Geográfica: uma abordagem contextualizada na história. GEOGRAFIA, Rio Claro, v. 33, n. 1, p. 69-88, jan./abr. 2008.
INPE. Tutorial de Geoprocessamento. 1991. Disponível em <http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/tutorial/index.html>